Filme entrou em cartaz na última sexta-feira
Dirigido por Catherine Hardwicke, a mesma diretora de Crepúsculo, o filme “A Garota da Capa Vermelha” busca conquistar o mesmo público da adaptação cinematográfica da série de livros de Stephenie Meyer. Lobisomens, a eterna batalha do bem contra o mal e um triângulo amoroso adolescente em meio aos mistérios e perigos no vilarejo, são alguns dos elementos trabalhados no filme.
A direção de Hardwicke é bastante característica e lembra seu último filme, seja nos planos aéreos de regiões montanhosas, seja na câmera extremamente móvel com grua floresta adentro, ou ainda em planos mais intimistas em sequências românticas e em diálogos desafiadoramente ciumentos entre dois garotos relacionados à protagonista.
A direção de arte e a direção de fotografia foram especialmente trabalhadas para gerar um visual belíssimo a esta obra. Os cenários reproduzindo um vilarejo medieval chamam atenção, bem como a caracterização cênica dos personagens, com figurinos ricos em detalhes. A iluminação é outro ponto de grande destaque. Algumas seqüências diurnas possuem belos feixes de luz que chegam ao vilarejo através das montanhas e entre os galhos das árvores, trazendo certa atmosfera de conto de fadas, valorizando seqüências românticas. Outras seqüências com luz suave e neve contribuem para valorizar a paisagem invernal que ambienta a história, e sequências noturnas com feixes de luz em meio à fumaça, neve, tochas de fogo e sombras disformes enfatizam o clima de suspense.
O roteiro também traz elementos interessantes nesta adaptação. Situado na Idade Média, a história aborda, dentro de seu universo ficcional e fantasioso, alguns elementos mais ou menos próximos da mentalidade medieval européia, explorando com sucesso questões como superstições e crenças populares, festividades, uso de máscaras, formas de humilhação pública, poder da igreja, relações populares à iminência de bruxaria, casamentos arranjados e vida familiar.
A mensagem que a história de “Chapeuzinho Vermelho” traz - não falar com estranhos - é modificada em “A Garota da Capa Vermelha”, que passa a uma perspectiva mais adulta. A produtora Jennifer Davisson Killoran comenta: “A história engana nossos temores com a noção de que alguém próximo não é realmente quem aparenta ser. Para mim, o lobo mau representa a ansiedade de não saber com quem você está lidando.”
“A Garota da Capa Vermelha” é um filme visualmente muito bonito e com uma interessante abordagem de uma das mais conhecidas fábulas, que certamente irá agradar pessoas interessadas em uma história envolvendo suspense, contos de fada e um pouco de romance.